¿Cómo influye la lengua portuguesa en los negocios?
05/05/22
O PORTUGUÉS LÍNGUA DE NEGÓCIOS, O GALEGO A PONTE INTERNACIONAL
Mundo Atlántico

DANIEL LAGO LEIRÓS
DIRECTOR DE EXPANSÃO DE RMA
SECRETÁRIO DA ASSOCIAÇÃO IMPULSIONADORA DA CASA DA LUSOFONIA

Não é uma coisa menor a importância que pode ter o entorno linguístico e cultural no
mundo dos negócios
. Os elementos culturais marcam a própria kinésica da metalinguagem
e as conclusões regularmente giram num meio ambiente onde a cercania é fundamental
entre os diversos interlocutores.


A Espanha no seu conjunto, tem uma vantagem competitiva neste sentido muito importante
e que temos que fortalecer de uma vez por todas à sério. Particularmente, que num dos
seus territórios seja cooficial uma língua com alcance internacional é um eixo motor para o
futuro dos negócios e da expansão internacional dos mesmo. A região da Galiza
representa, mais do que nunca, uma oportunidade excepcional
, não somente para a
Espanha, mas também para a União Europeia, de ser ponte entre o mundo hispano falante
e o da lusofonia.


Um objetivo que a Associação Impulsionadora da Casa da Lusofonia representa com força,
levando ao plano político a necessidade da criação de uma “Casa da Lusofonia” dentro da
“rede de casas” do ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e União Europeia do
Reino da Espanha. Uma Casa da Lusofonia, que chegaria 20 anos tarde à rede de casas,
mas que por este mesmo tardanço pode ultrapassar o cultural no seu agir e entrar de cheio
também no plano dos negócios e da empresa dentro da diplomacia da chamada “low
politics”.


Rachar com os mais de 500 anos do tratado de Tordesilhas, que dividiu o mundo entre dois,
para passar a partilhar objetivos e metas com o espaço internacional que é hoje em dia a
lusofonia. É esta uma nova visão do mundo, que juntamente com a Rede Mundo Atlântico
partilhamos também na Associação Impulsionadora da Casa da Lusofonia, como membros
fundadores da própria RMA.


Não podemos deitar a um lado que a lusofonia é a sexta economia do mundo no seu
conjunto
. Uma lusofonia que conta com a força do Brasil, um país “continental” e que é o
segundo sócio comercial da UE. Uma lusofonia que para além de 2050, vai ser, com Angola
à frente, também uma das primeiras economias na África.


Junto à Rede Mundo Atlântico, uma inovadora forma de criar negócios está a nascer!!
Juntar pela primeira vez e de forma cooperativa a empresas espanholas e de Portugal para
fazer negócios juntos, partilhando redes e know-how e uma disrupção que defronta os retos
do futuro numa ordem internacional líquida e complexa.


Uma estratégia de sucesso e que tem especial relevância se olhamos para a estratégia do
“Foro Macau” da China, que leva mais de uma década fazendo negócios através da
lusofonia e os seus vínculos históricos com o território de Macau, um dos lugares com mais
alto índice de desenvolvimento humano do mundo. Não fazer do diferente um problema ou
um conflito, todo o contrário, fazer dele uma oportunidade e uma virtude.


Sob esta estratégia a lusofonia é para todos nós; como galegos, como espanhóis e como
europeus; uma oportunidade e uma virtude que achega um futuro de mais de 300 milhões
de falantes.
A nova ordem internacional marca novos rumos e novas tácticas e uma delas
passa por uma diplomacia híbrida que se adapta rapidamente às novas demandas e aos
novos modos de fazer negócios.


O multilateralismo está a crescer e a UE está a fazer pela primeira vez na sua história uma
diplomacia que ultrapassa o cultural. É o momento de seguir e avançar neste caminho de
uma mais forte União Europeia
. Não há dúvidas. A oportunidade que representa o galego,
o português na sua forma internacional, é uma chave de ouro que não pode ser tirada no
fundo do mar e guardada embaixo sete cofres.


E é que seguindo este caminho, foi marcada para o dia 5 de Maio a apresentação na mesa
do Congresso dos Deputados em Madrid, com a firma da mais ampla das maiorias dos
grupos políticos presentes na Comissão de negócios estrangeiros da câmara, da Proposta
Legislativa para a criação da “Casa da Lusofonia” com sede na província galega de
Ourense. É de salientar o compromisso da deputação de Ourense, e do seu presidente
Baltar, no empenho nesta empresa.


Um grande sucesso da iniciativa da Associação Impulsionadora e um grande consenso
acordado entre os diversos grupos políticos leva à realidade muitos dos velhos desejos e
necessidades de setores produtivos, empresariais e culturais. Uma “supermaioria” que
soma aos partidos do governo, ao partido líder da oposição e a grupos como o Republicano,
o Basco ou o Plural, acabando um primeiro passo que requereu grandes vontades para a
sua construção. Abrir-se-á deste modo o processo para ser feita realidade a “Casa da
lusofonia” na Espanha.

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